Já fiz diversos posts comemorativos ao Dia Internacional da Mulher nos mais diversos blogs dessa vida, mas nunca deixo de fazer outro porque considero a data realmente importante, apesar da grande banalização.
Explico. Houve o tempo em que a TV se ocupava de belas entrevistas, fornecidas pelas mais variadas donas de casa desse país, comentando como “cuidar da casa, do marido e dos filhos é tão difícil quanto trabalhar fora”. Nessa mesma época o varejo fazia ótimas promoções de panelas, eletrodomésticos e móveis de cozinha.
Hoje conquistamos um espaço mais realista nessa “mídia comemorativa”. Todos já têm plena consciência de que pouquíssimas mulheres são meras donas de casa (sem querer desmerecer o trabalho delas, mas, come on...). As propagandas têm toques de independência, reconhecem a complicação que é sair correndo de um lado pro outro com trabalho, marido, filhos, casa etc e tal.
Mas, infelizmente, ainda existe aquela pitada de sexismo quando se referem à mulher que precisa ir ao shopping e ao salão de beleza com frequência e não consegue em meio às suas atividades diárias.
Um momento de reflexão, por favor. Shopping? Salão de beleza? Estou para conhecer a mãe de família que tem tempo e que cogita gastar tanto dinheiro pra manter-se em atividades desse tipo com frequência. Pior ainda é a imagem da mulher que sequestra o cartão de crédito do marido para fazer “comprinhas”. Se vocês conhecerem alguém assim por favor me avisem: essa laranjinha podre precisa receber umas lições de Simone de Beauvoir.
Porém, a importância da data é justamente a reflexão. Onde chegamos? Onde queremos chegar? É suficiente ter liberdade para trabalhar nos mesmos cargos que os homens?
Uma rápida pesquisa no Salariômetro já nos mostra que não. Mesmos cargos, salários diferentes. E o tempo de licença maternidade e todas as injustiças que as mulheres acabam sofrendo nas empresas porque precisam cuidar de seu recém-nascido? Tudo isso precisa ser pensado. Sufrágio feminino não é apenas o direito ao voto e ao trabalho. O verdadeiro sufrágio é o respeito e a plena igualdade de direitos que só a consciência de cada um(a) poderá nos oferecer.
Enquanto isso, esteja a par de seus direitos como mulher e procure exercê-los sem querer tirar vantagem de tudo o que puder. Abra os olhos para slogans como “Independente sem deixar de ser mulher” – ninguém deixa de ser mulher se tentar ser independente. E, aliás, como dizia Beauvoir, “Não se nasce mulher, torna-se mulher” – mas isso fica para um outro post, quem sabe.
Um comentário:
Feliz Dia Internacional da Mulher! =)
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