18 de agosto de 2009

A da Vida de Merda - parte 1

Conhece aquele site, o Vida de Merda? Eu passo horas lendo e dando risada, todos os dias, do povo coitado que coloca suas histórias lá. Mas parece que Deus me castigou e transformou a minha vida em uma merda.

Tudo começou com a volta às aulas. Enfiei todo o material necessário em minha bolsa gigante (caderno, estojo, netbook pra fazer hora na biblioteca da FFLCH e o resto das coisas de sempre – marmitão, nécessaires, carteira, escova de cabelo, óculos escuros, etc, etc...). Ou seja: a pobre bolsa ficou gordona e a pobre de mim ficou com as costas doendo porque pegou dois [micro]ônibus lotados sem nenhuma alma abençoada pra segurar a bolsa, só porque o tamanho dela era assustador.

Tive um dia normal no trabalho, saindo às 17h em ponto porque não sabia exatamente onde pegar o ônibus pra ir até a USP. Acabei pegando sem grandes dificuldades, porque ele sai exatamente do terminal da Lapa. Fui sentada, mas passando mal por causa do calor e das poucas horas de sono na noite anterior (minha pressão devia estar baixa e eu estava com dor de cabeça. Mas não, não era gripe suína, pode continuar lendo o texto sem risco de contaminação). O trânsito estava ruim nas imediações da Marginal Pinheiros e Rua Alvarenga mas, vá lá, eu prometi ser boa aluna esse semestre, resisti à tentação de descer e pegar outro ônibus pra casa.

Cheguei na FFLCH às 18h e, pasmem, já tinha muita gente por lá. Fui até a lanchonete, comprei uns trequinhos, os engoli e fui pra biblioteca gastar o que o ICMS de vocês pagou em forma de banda larga. Fiquei lá à toa até as 19h15, porque a aula começava às 19h30. Fui até a sala marcada calmamente e avistei de longe um papel grudado na porta. Mas sou meio cega, tive que chegar mais perto pra conseguir ler:

“A professora Maria Clara Paixão não dará aula hoje, 17/08, por motivo de doença. Favor pegar o programa na secretaria do DLCV e fazer sua inscrição no Moodle.”

“Qual é mesmo o nome da minha professora de Filologia? Maria Clara? Gente, é Maria Clara!!”


Pra resumir a tragédia:
• Eu tinha feito todo o sacrifício do mundo, carregado praticamente o mundo nas costas o dia inteiro;
• Passado mal dentro de um ônibus baforento;
• Pegado trânsito;
• Atravessado toda a porcaria do gramado “marijuanento” da FFLCH;
• Comido aquele salgado sem sal na lanchonete...

...pra absolutamente nada.

Que a professora estava doente pra mim estava claro. Eu só não entendi como alguém que conhece o Moodle não conhece E-MAIL! Eu ainda tinha fé que o tal e-mail acadêmico serviria pra alguma coisa algum dia.

Meio desolada, fui até a secretaria do DLCV pegar o programa, enquanto decidia se ficava ou não até as 21h para ter minha segunda aula. “Ah, the hell com a segunda aula, vou pra casa mesmo.” Chegando na secretaria, falei com a... secretária?

- Oi, o programa da Maria Clara...
[Ainda tava tentando me acostumar com aquele nome, me matriculei com ela há um século, quando ainda havia greve e a gripe suína era meramente estrangeira.]

- Ah sim, tá aqui. Não se esquece de matricular no tal do Moo... Moodle.
[Ironia do destino: viro designer instrucional e perco uma aula pelo Moodle.]
- Tá bom. Ela vai ficar sem dar aula um tempo?
[Já tava cogitando a possibilidade de ficar sem ir pra USP nas outras segundas-feiras. Vai que ela tinha pego a gripe...]
- Não, segunda que vem ela já está aqui!
- Ah.
[Cara de decepção]

Resolvi ligar pra casa e ver se alguma alma familiar caridosa podia ir me buscar. Eu moro perto da USP, mas aquilo lá é um buraco. Preciso pegar dois ônibus pra chegar em casa e o segundo é o inferno com 4 rodas. Só consegui falar com o meu pai:

- Ah, eu tô aqui esperando sua mãe, ela está em reunião, não sei que horas vai sair.
- Oba! Vou pra casa de ônibus!
- Me liga quando estiver chegando, a gente pega você no caminho.
- Tá.

Sorte que os ônibus da USP, naquele horário, não são tão cheios, e que o primeiro passou rápido. Sorte também que eu consegui, inexplicavelmente, por causa de um buraco de minhoca, talvez, pegar o segundo ônibus menos cheio. Mesmo assim, demorei meia hora pra percorrer uns 6km. É o milagre do transporte público de São Paulo.

Pra resumir a tragédia II:
• Cheguei em casa às 20h, quando poderia ter chegado às 18h se não tivesse ido completamente à toa pra FFhellCH;
• Comi porcaria quando poderia ter comido comidinha caseira vegetariana;
• Estava com a cabeça estourando e ainda tinha um sapato pra trocar no shopping e um presente de no máximo 100 reais pra comprar mim mesma (acreditem, isso não é tarefa fácil).

Fui cumprir essas duas tarefas certa de que nada mais podia dar errado. E não deu mesmo, encontrei um sapato igual com meu número e uma mochila boazinha pra substituir a bolsa gorda. Era mais cara, mas a essa altura eu gastaria meu salário inteiro pra resolver isso.

Enfim, cheguei em casa feliz por pelo menos uma coisa não ter afundado naquele dia de trevas. Mal sabia o que me aguardava no dia seguinte...

3 comentários:

Anônimo disse...

FÊEEEEEE!!!!!

Eu sei que vc agora me odeia por ter twittado duas vezes isso, mas eu te amo!!! Caralho, nunca ri tanto num post de blog como eu ri com o seu!!! Hahahahhaha... "rir da desgraça alheia", sorry about that!!! Mas é que já aconteceu isso comigo, mas eu tava sem guarda-chuva, ensopada e menstruada, e não ia ter aula do Gabriel... pois é!! Hahahhahahaha.. Murphy sucks!!!

Bjaoo

Eu te adoro!!

Eu te adoro!!

Artur Palma disse...

Vc é chorona!!! =P

Maddyrain disse...

Gata, você precisa se benzer! Só pode! Recomendo que você procure a Tenda de Madre Maddyrain de Cu-que-Tal no Viaduto do Chá!

Um beijo,
Roxxana Veludo!